quinta-feira, 28 de junho de 2007

PRIVILÉGIO

Um amigo está atravessando uma fase difícil e bastante triste: um ente querido está partindo. Fiquei muito chateada com a notícia e como já passei por perda tão dolorosa, me pus a pensar!

Todos me dizem que admiram minha história e como reagi bravamente, optando por me virar sozinha no auge dos meus dezessete anos.

Até hoje não sei de onde vieram as "tais forças", mas elas apareceram no momento certo e nortearam meu caminho!

Na verdade, eu acho que sei sim: vieram do convívio diário com a pessoa especial da qual tive o privilégio de ser filha! Da educação, da base e da força que ela sempre teve para enfrentar tudo, dos exemplos acertados, das broncas na hora certa, dos sermões intermináveis, porém cheios de sabedoria e proteção, dos afagos e aplausos por cada conquista minha, do colo sempre pronto para me aconchegar, do amor desmedido pela cria!

Não sei se é possível aconselhar alguém num momento desses, mas um pouquinho eu aprendi e acho válido dividir: o melhor que temos a fazer é agradecer aos céus pelo privilégio de ter podido conviver com pessoa tão especial, chorar bastante, respirar fundo e pedir para que o sofrimento seja amenizado (tanto o de quem precisa partir, quanto o de quem precisa ficar), e deixar a vida seguir seu curso...e se ficar difícil, buscar um ombro amigo, uma árvore para abraçar, um cachorrinho para lhe dar umas lambidas, uma boa barra de chocolate, a música preferida no último volume...coisas prazerosas e que nos mostram que celebrar a vida é o que faz valer a pena e querer ficar mais um pouquinho, mesmo com um buraquinho no peito e uma saudade que insiste em apertar!

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