sábado, 31 de março de 2007

Cowardliness...


"Poor is the man whose pleasure depends on the permission of another!"

terça-feira, 13 de março de 2007

Romeu e Julieta - por Fernanda


Há cerca de um ano, publiquei, em um site Português, a versão resumida do clássico De W. Shakespeare, Romeu e Julieta... recebi a notícia de que meu resumo já foi lido por mais de 103.000 pessoas (!). Confesso que fiquei bastante orgulhosa...espero que leiam e apreciem a mais bela e ,talvez, a mais tola história de amor de todos os tempos (na verdade, qual história de amor não é bela e tola ao mesmo tempo? rs)


A história tem como cenário a cidade de Verona. Duas famílias poderosas são inimigas mortais: a família Montecchio e a família Capuleto. Vivem em constantes conflitos, os quais perturbam a ordem e a paz da cidade. Tais acontecimentos provocam a ira do Príncipe que determina severa punição aos envolvidos nos conflitos: caso as brigas e provocações não cessassem, seriam punidos com a morte.
Romeu, um jovem Montecchio passional e destemido, sofre de amor por Rosalina. Tem como melhores amigos e companheiros Benvólio e Mercúcio. É convidado por estes, no intuito de fazê-lo esquecer Rosalina, a ir ao baile de máscaras dos Capuleto.
Romeu encanta-se por uma jovem e bela moça, que descobre ser Julieta Capuleto, que corresponde ao encantamento.
Mais tarde, Romeu invade o jardim da casa de Julieta e, escondido, ouve Julieta declarar seus sentimentos por ele. Decide revelar sua presença e após trocarem juras de amor, marcam o casamento para o dia seguinte.
Romeu vai à cela de Frei Lourenço e convence-o a realizar a cerimônia secreta. Com a ajuda da Ama de Julieta, a cerimônia é realizada. Após a cerimônia, Romeu presencia um duelo entre seus amigos e Teobaldo, um Capuleto, primo de Julieta. Mesmo desafiado Romeu nega-se a lutar, mas Teobaldo mata Mercúcio e Romeu, tomado pela cólera, mata Teobaldo. O Príncipe abranda a punição e permite que Romeu viva, mas resolve bani-lo da cidade para sempre. Romeu refugia-se na cela do Frei Lourenço. Julieta, prometida ao Conde Páris, recebe a notícia dos acontecimentos e mantém-se apaixonada por seu marido. Manda a Ama procurá-lo e entregar-lhe um anel como prova de seus sentimentos. Pede que Romeu vá ao seu quarto durante a noite. Romeu e Julieta passam a noite juntos. A Ama, apesar de ajudá-los tenta convencer Julieta de que Romeu não serve para ela. Julieta zanga-se com a Ama. Romeu parte para Mântua logo pela manhã, após o canto da Cotovia, que simboliza o amanhecer. Enquanto isso, os pais de Julieta resolvem casá-la com o Conde Páris. Desesperada Julieta pede ajuda ao Frei que a aconselha a aceitar o casamento para despistar seus pais. Dá a ela um frasco de elixir para simular sua morte e montam um plano: Julieta deveria tomar o conteúdo do frasco, sua família acreditaria em sua morte, o casamento com o Conde não se realizaria e o Frei, através de uma carta explicativa, mandaria Romeu voltar para que ficassem juntos. Porém a carta se extravia e Romeu recebe a notícia da morte da amada. Compra um veneno e desesperado decide morrer também. Volta à cidade e defronta-se com o Conde no mausoléu onde está Julieta. Travam duelo e Romeu assassina-o. Toma o veneno diante do corpo de Julieta e morre abraçado a ela. Frei Lourenço chega para tentar impedi-lo, mas é tarde, foge para não ser desmascarado e punido, porém antes acorda Julieta, que horrorizada decide ficar junto de seu grande amor.
Julieta beija Romeu para tentar absorver o veneno de seus lábios e morrer também, mas sua tentativa é frustrada. Apanha a adaga de Romeu e apunhala-se, morrendo junto de seu marido.
As famílias, após descobrirem os sacrifícios dos jovens, perdoam-se mutuamente e juram manter a paz em nome do amor de seus filhos.

DESEMPREGADO SOFRE!


(Com este ganhei até medalha num concurso de crônicas da faculdade...)


Na qualidade de desempregados temos que passar por cada uma, que mais parecem duas!

Certa vez, numa entrevista para disputar uma determinada vaga, fui vítima do seguinte diálogo:

- Você fuma?

- Não.

- Você bebe?

- Não.

- E quando ocorre greve?

- Você quer saber se eu bebo quando ocorre greve?

- Não, se você tem como vir trabalhar em caso de greve.

- Ah...

Dá pra acreditar? Que conversa mais confusa.

Aproveitando o ensejo, atrevo-me a dar um conselho: quando questionado sobre cigarros e bebidas, sempre diga não. Só pra garantir, afinal está na moda pegar no pé de quem fuma ou toma uma de vez em quando. E só assuma o vício do cigarro depois de expirado o prazo de experiência e da efetivação garantida. Aliás, é bem provável que o cara do RH te chame para fumar com ele várias vezes ao dia, durante o expediente. Só espero que esse mesmo cara nunca te chame para beber, ao menos durante o expediente.

Uma amiga caiu numa dessas emboscadas também:

- Quando você era criancinha emprestava suas bonecas para as suas amiguinhas?

Pensem comigo: isso poderia ter desencadeado um processo extremamente constrangedor. E se ela não tivesse bonecas? E se não tivesse amiguinhas? - Um trauma poderia ter vindo à tona e poderíamos ter tido uma cena daquelas.

Continuando:

- Depende...

Minha amiga é esperta.

- De quê? - questionou a entrevistadora.

- Sobre qual frase da infância estamos falando...

- Como assim? - questionou novamente a entrevistadora.

- A senhora não sabe que a infância se divide em várias fases? Não estudou Psicologia?

Mais uma caso, só para ilustrar!

- Com qual apresentadora de programa de TV você se identifica mais, com a loira ou com a morena? (não vamos citar nomes)

- Com nenhuma.

- Tem que se identificar com alguma!

- Nenhuma!

- Impossível!

- Não me identifico com nenhuma: são duas alpinistas sociais, aproveitadoras-de-fama-de-ex-namorados, mal sabem falar, não têm curso superior; enfim, são uma vergonha. Não consigo me identificar com nenhumas dessas pessoas.

Alguém poderia me explicar qual a relevância desta identificação para o desenvolvimento de uma carreira profissional? Eu não entendi.

Agora a derradeira. Aconteceu comigo:

- Você mora com quem?

Intrometido...

- Sozinha.

- Por quê?

- Morava com minha mãe, mas ela faleceu.

- Por quê?

Como "por quê"???

Preciso continuar? Que pergunta foi essa? Qual a maldita relevância?

É...desempregado sofre. Além de gastar sola de sapato, para conseguir emprego tem que gastar a dignidade também...que situação!

Cronologia...


Se encontraram.

Se encantaram.

Se apaixonaram.
Se amaram.

Ele a deixou...Ela sangrou!






segunda-feira, 12 de março de 2007

Frases de efeito...


- Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!


Aposto que já ouviram essa. Aposto que nunca refletiram sobre ela e se refletiram, talvez sejam tão malucos quanto eu, afinal: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.


Dia desses, um colega de escritório, durante uma acalorada discussão soltou esta pérola e me pôs pra pensar "mas que diabo é isto?! É óbvio que se uma coisa é uma coisa, outra coisa só poderia ser outra coisa, porque se fosse outra coisa, não poderia ser a mesma coisa e se fosse a mesma coisa não poderia será a outra coisa. Será? Já não consigo pensar, é muita coisa pra uma coisa, digo pessoa, pensar!". E nem estamos analisando a correção gramatical...muita coisa, muitas coisas...


Um primo também aguçou meu pensamento ao dizer: - O que importa é o que interessa! - E lá fui eu, tentar entender...porque se o que importa é o mesmo que o que interessa, interessar e importar possuem o mesmo sentido, qual o sentido desta frase? Não sei...o que importa é o que interessa, o que interessa é o que importa. Ai, ai.


Uma amiga vive dizendo, em meio a ataques da cólera: - Cada um, cada um!- às vezes aplica a variação: - Cada um no seu cada um! -...poderia ser diferente? Talvez.


Tem também uma bem utilizada pela malandragem: - É nóis na fita! - Quê? Onde?


E eu, desnorteada, vou tentando entender o raciocínio do povo. Mas, de repente, um insight: talvez tais frases não queiram significar nada, só pode ser isso!


E depois de muito pensar, cheguei à conclusão que são meras frases de efeito, para encerrar a conversa, por ponto final às discussões, interromper um raciocínio, deixar o outro sem argumento, com cara de besta (com perdão da expressão!), desviar a atenção, tumultuar a oratória, enlouquecer o léxico...e não é que funcionam mesmo? Talvez seja esta a razão por serem chamadas "frases de efeito", pois realmente causam um efeito, seja ele qual for. Mas...como uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, o que importa é o que interessa! Alguém vai querer discutir?

Tia...professora!





Quando cursava a quarta série do primeiro grau, como se chamava à época, em meados de 1983, tive uma experiência traumática.

Naquele tempo, as turmas contavam com apenas uma professora, a tia. Não havia um professor por matéria, como é comum hoje em dia e estávamos, portanto, acostumados à uma rotina calma, segura e porque não dizer, de intimidade.

O nome da responsável por minha turma era Miriam, a "tia Miriam", que era carinhosa, dedicada, um exemplo de atenção e ternura para todos nós. Nos acompanhou durante todo o ano letivo, nos orientou, protegeu, acudiu nos momentos de dor e perdas de dentes-de-leite...

Veio 1984 e estávamos na quinta série. Muitos alunos do ano anterior se reencontraram e formaram uma nova turma, a quinta "C". Soava o sinal, entrava professora, saía professora, entrava professora, saía professora. Matérias novas, desconhecidas e assustadoras; novos esquemas de notas, provas, médias; novo horário, uma vez que no ano anterior estávamos no período vespertino, somente os pequeninos do primário. Agora estávamos no matutino, com todos os alunos do ginásio, colegial e segundo grau...todos enormes, a maioria fumantes e sempre nos olhando com aquele ar superior e amedrontador.

Ao final da primeira semana estávamos cansados, desanimados e amedrontados: estávamos perdidos. Não havia como piorar.

Piorou...Após mais um sinal, ela surgiu e entrou, linda, iluminada!

- TIA MIRIAM!!! - gritamos em uníssomo. Quanta alegria, que alívio, estávamos novamente em casa, protegidos.

- Não sou tia de ninguém! Vocês já estão bem crescidos, não sejam ridículos. Sou professora Miriam. - bradou a estranha. Sim, agora ela era uma estranha.

Quanta desilusão. Parecia um pesadelo. Como aquela doce "tia" se transformara numa "professora"? Nunca soubemos a resposta.

Senti-me particularmente traída e não consigo entender como tanto carinho e admiração puderam ser rejeitados e ridicularizados por uma simples professora que havia sido eleita a "tia de todos nós". E o pior, sem qualquer explicação, nos tornáramos ridículos.

Creio ter sido esta a minha primeira grande desilusão. Naquele momento aprendi que não poderia confiar em todas as pessoas, que os sentimentos nem sempre seriam verdadeiros, que pessoas poderiam ser frias e más gratuitamente e quebrar vínculos importantes com palavras duras e que, admiração e respeito nem sempre caminhariam juntos. Que bobagem...adultos!


Saudade de gente viva...



Estava pensando: como é difícil sentir saudade de gente viva.


Dói muito mais que sentir saudade de gente morta. Porque gente morta, morreu! Pra sempre, acabou, por força maior, da natureza, do destino, do poder divino ou do que quer que seja. Você sente saudade, mas sabe que é porque não tem mais como ver a pessoa e daí a saudade se transforma numa coisa até boa, às vezes triste, mas que, acima de tudo, significa que teve o privilégio de conviver com tal pessoa e que esta se foi, não porque se cansou de você, mas porque teve que ir...assim, assim.


Agora, saudade de gente viva é muito mais cruel.


Significa que a outra pessoa não quer mais ver você e fica inventando desculpas do tipo falta de tempo, muito trabalho, correria dos dias atuais, incompatibilidade de agendas (as celebridades adoram esta!), trânsito, doença, frio, calor...


E você fica lá, de canto, esperando o tempo passar ou tempo do outro aparecer.


E o tal outro, o causador da saudade, nem percebe e quando você cobra uma atençãozinha, um tempinho, uma ligaçãozinha (tudo assim, pequenininho mesmo), está fazendo drama, é egoísta e não tem compreensão. Na verdade, não admite que não quer te ver. E você, o saudoso, transformado em vilão, antagonizado, como um amigo costuma dizer, finge que não entende a mensagem e continua lá, no seu canto, sentindo saudade.


Imagine que enquanto você está nessa tormenta, o "sem tempo" está na academia, viajando com os amigos, fazendo comprinhas, passeando com a família, com o cachorro, papagaio e periquito, saindo com outras pessoas: VIVENDO! E você se nega a aceitar que a falta de tempo é pessoal, é com você.


É difícil aceitar que não se é mais necessário, que por algum motivo se tornou chato e desinteressante, mesmo que continue sendo a mesma pessoa, igualzinha em tudo.


O tempo passa e chega a hora de aceitar a situação e partir para outra, para o mundo e voltar a VIVER.


Num belo dia, o telefone toca e vem a pergunta:


- Tá vivo? Você sumiu, não liga mais. Esqueceu de mim? Estou morrendo de saudade?


E a resposta:


- Ando meio sem tempo...


Feliz ou infelizmente, o mundo dá voltas e algumas situações acabam invertidas. Cedo ou tarde, todos acabam experimentando a saudade de gente viva. Uma pena.

Meu elefante


Quando criança, meu irmão, muito mais velho, inteligente e herói que qualquer outro, me ensinou a desenhar um elefante. De costas! Fiquei maravilhada...Como era esperto aquele meu irmão, meu super irmão. Ensinar a alguém tão pequenininha a desenhar um animal tão grande, forte e poderoso como um elefante. Tudo bem que estava sempre de costas, mas não deixava de ser um elefante. Era uma questão de perspectiva.
Passei a desenhar aquele mesmo bicho compulsivamente, e cada vez melhor. Como estava orgulhosa do meu elefante de costas aperfeiçoado.
Mas, tudo o que é bom dura pouco e logo vieram os problemas! Quando na escola me pediam para desenhar minha casa, eis que surgia o elefante; pediam para eu desenhar a família, caprichava no elefante; os amigos...o elefante; o papai, o vovô, o titio...lá vinha o bicho. A coisa complicou-se mesmo, quando, numa festa em homenagem ao Dia das Mães, todas as mães reunidas no pátio do colégio e nós, crianças, desenhando e expressando nossos mais belos sentimentos às nossas respectivas e adoradas mãezinhas e eis, que triunfante, ele: O ELEFANTE! Imponente, grande, lindo e de costas!
Preciso dizer a dimensão do constrangimento de minha mãe? Preciso falar das expressões horrorizadas das outras mães? E sobre os comentários vexatórios e risos sarcásticos das outras crianças?
- Coitada, que desgosto! - ouviu-se ao fundo.
-Que criança problemática! Quanta vergonha...
Mamãe foi chamada pela psicóloga da escola que me sugeriu terapia freudiana, afinal, aquilo só poderia ser fruto de grande trauma (?!).
Mal sabiam que eu só queria mostrar ao mundo que era capaz de desenhar um elefante, de um ângulo todo especial. Aquele "elefantão", poderoso, grande, forte e que meu irmão, poderoso, grande e forte me deixara de ensinamento...e que de tão grande, poderia se comparar tranqüilamente ao que eu sentia por aquela mãe...a minha mãe!
Cresci, deixei de desenhar elefantes, perdi contato com meu irmão. Sinto falta desta dupla.
Minha mãe? Guardou aquele elefante com todo amor...certo que não mostrou a mais ninguém, mas guardou, bem guardadinho pra não amassar...